Dialógo entre Osho e o monje Chandan Muni

  Certa vez, aconteceu de eu dar uma palestra numa conferencia com Chandan Muni, um monge jainista que era muito respeitado entre os jainas. Ele falou primeiro, e falou do EU, da realização do EU e da bem aventurança do EU. Eu estava sentado ao seu lado, observando-o. Todas  aquelas palavras vazias; não havia sustentação para suas experiências. Eu podia ver em seus olhos, não havia profundidade.
  Eu falei depois dele e a primeira coisa que disse foi:
- Tudo que o Chandan disse foi apenas uma repetição das escrituras, ele repetiu como um papagaio. Fez um bom trabalho. Sua memoria é boa,mas sua experiência é nula.
  Houve uma grande confusão porque aquela era uma conferencia de jainistas. Algumas pessoas se levantaram e começaram a sair. Eu disse:
- Esperem! Vocês terão de me ouvir por pelo menos por 5 minutos depois podem ir. Eu sou uma novidade para vocês; vocês não me conhecem. Cinco minutos pelo menos o tempo para uma pequena introdução sobre o tipo de homens que vocês deixariam para trás, e depois vocês estão livres; todo mundo pode sair.
  Falar 5 minutos foi o suficiente, e depois de 5 minutos eu perguntei:
- Agora, todos aqueles que quiserem sair podem sair imediatamente.
  Nem um único homem saiu. Falei por quase duas horas, não estava programado para eu falar tanto tempo; foi-me pedido para eu falar apenas por 10 minutos. Mas vendo agora que as pessoas estavam escutando e que ninguém sairá. O presidente ficou receoso. Mesmo Chandam Muni estava ouvindo de maneira bastante intensa e alerta. O presidente estava com receio de me interromper, porque sabia que eu não era homem que pudesse ser interrompido. E eu não ia parar. Ia expulsar aquele presidente. Ele compreendera; por isso ficou sentado em silêncio.
  Depois de ter escutado por duas horas, Chandan Nuni me mandou uma mensagem na quela tarde dizendo: " Eu quero me encontrar com, o senhor, a sós, em privacidade. Não poso ir ao lugar onde o senhor está, pois um monje jainista não poderia ir a lugar algum, exceto ao templo jainista. Perdoe-me por favor,  o senhor terá de vir aqui. "
  Respondi: " Não tem problema eu irei. "
  Eu fui até lá, e estava reunidas pelo menos 200 pessoas. Mas como ele queria privacidade absoluta, mandou-me entrar, fechou as portas do aposento, sentou-se comigo no chão e disse:
- O senhor está certo. Eu não tenho coragem suficiente para dize-lo em público, mas quero dizer-lhes que o senhor está certo. Eu não tenho nenhuma experiência sobre auto-realização, sobre o EU. Eu nem mesmo sei de tal coisa existe ou não---e o senhor está absolutamente certo ao dizer que eu parecia um papagaio repetindo as escrituras. Ajude-me sou um prisioneiro, não posso ir a lugar algum. Sou um líder de uma comunidade, não posso nem mesmo fazer perguntas para o senhor na frente dos outros. Eles já pensam que eu sou uma pessoa auto-realizada; então porque eu faria perguntas? Eu deveria saber por mim mesmo.
  E havia lágrimas em seus lhos.
  Eu disse:
- Darei o melhor de mim para ajuda-lo, porque já vi vários lideres religiosos, mas nenhum com o coração tão simceriro. E eu sei perfeitamente bem que o senhor não pode permanecer neste cativeiro por muito tempo. O senhor encontrou um homem perigoso, mas foi o senhor mesmo que me convidou!
  Depois de 2 anos, aconteceu. Ele ficou em contato comigo por cartas aprendendo meditação---praticando meditação. E depois de 2 anos abandonou a comunidade jainista. Ele era tão respeitado e a comunidade jainista é tão rica...mas ele abandonou.
  Ele veio até me procurar. Eu não conseguia acreditar no que via. Quando ele chegou a minha casa e disse:
- Eu sou Chandan Muni.
  Eu só podia dizer:
- O senhor mudou tanto!.
  Ele disse:
- Estar livre de uma prisão, estar livre do conhecimento emprestado é um alivio tão grande que eu me tornei jovem novamente.
   Ele estava com 70 anos. Ele disse:
- Agora eu estou pronto para fazer o que senhor quiser. Eu arisquei tudo; era rico e renunciei a tudo para me tornar para me tornar um monje jainista. Agora renunciei o jainismo e a condição de monje somente para ser ninguém, de que tenho total liberdade para experimenta.
  Se vejo as pessoas sentadas, atentas e bebendo cada palavra, atentas e meditativas. digo coisas muita mais elevadas, coisas muito mais complicadas podem ser explicadas a essas pessoas.
  Mas quando não havia amigos sentados a minha frente, eu sempre tinha que começar do ABC. Desse modo, o avião nunca consegue decolar, desse modo o avião precisa funcionar como um ônibus---tida via, ele só decola quando ganha velocidade, uma determinada situação é necessária para ganhar velocidade.
  Eu costumava a falar para milhares de pessoas na India, tive então de parar. Eu falava pára milhares no único encontro, cinquenta mil pessoas
. Durante 15 anos, viajei atráves deste pais, de um extremo ao outro. Eu simplesmente cansei de tudo aquilo, porque todo dia eu precisava recomeçar do ABC. Era sempre ABC, ABC, ABC, ficando absolutamente claro que eu nunca seria capaz de chegar ao XYZ tive de parar de viajar.