Amado Osho,
Como posso saber a diferença entre uma parte da mente, observando uma outra parte da mente, e o observador? O observador pode observar a si mesmo? Uma vez pensei ter pego ele, e então, naquele mesmo dia, ouvi você dizer num discurso: "Se pensar que pegou o observador, você errou o alvo." Desde então tento observar sensações no corpo, pensamentos e emoções, e na maioria das vezes fico simplesmente fisgado neles, mas, de vez em quando, raramente sinto-me imensamente relaxado e nada permanece -- ele simplesmente se mantém movendo. Existe algo a ser feito?
Deva Waduda, a pessoa precisa começar observando o corpo -- caminhando, sentado, indo para a cama, comendo. A pessoa deveria começar pelo o mais sólido, por isso é mais fácil, e então deveria se mover para a experiência mais sutis. A pessoa deveria começar observando pensamentos, e quando ela fica especialista em observar pensamentos, então deveria começar observando sentimentos. Depois que você sentir que pode observar sentimentos, então deveria começar observando seus estados de ânimo, os quais são ainda mais sutis e vagos do que seus sentimentos.
O milagre do observar é o de que enquanto você observa o corpo, seu observador se torna mais forte; enquanto você observar os pensamentos, seu observador se torna mais forte; enquanto você observa seus sentimentos, seu observador se torna ainda mais forte; quando você observar seus estados de ânimo, o observador é tão forte que pode permanecer ele mesmo, observar a si mesmo, como uma vela numa noite escura que ilumina não apenas à sua volta, mas também a si mesma.
Encontrar o observador em sua pureza é a maior conquista na espiritualidade, pois o observador em você é a sua própria alma, a sua imortalidade. Mas nunca, por um único momento, pense " Eu o peguei", pois esse é o momento em que você erra o alvo.
Observar é um processo eterno; você sempre vai se aprofundando, mas nunca chega ao fim, no qual possa dizer: " Eu o peguei". Na verdade, quanto mais fundo você for, mais consciente de que entrou num processo eterno, sem nenhum começo e nenhum fim.
Mas as pessoas estão observando somente os outros; elas nunca se importam em observa a si mesmas. Todo mundo está observando -- este é o observar mais superficial -- o que o outro está fazendo, o que o outro está vestindo, como ele aparenta... Todo mundo está observando; o observar não é algo novo a ser introduzido em sua vida. Ele apenas precisa ser aprofundado, tirar dos outros e direcionar a seus próprios sentimentos interiores, pensamentos, estado de ânimo e, finalmente ao próprio observador.
" Um Judeu está sentado num trem em frente a um padre:
- Diga-me, sua reverência, porque você usa a parte da frente do colarinho para trás -- perguntou o Judeu.
O Padre responde:
- Porque sou um Padre.
O judeu diz:
- Eu também sou um pai, e não uso colarinho deste jeito
O Padre responde:
- Oh, mais sou pai de milhares.
Então replica o Judeu:
- Então talvez é a sua calça que você deveria usar ao contrrio"
As pessoas são muito observadoras a respeito de todos os outros.
Você pode rir muito facilmente dos atos ridículos das outras pessoas, mas você já riu de você mesmo? Você já se pegou fazendo algo ridículo? Não, você se mantém completamente sem se observar; toda a sua observação é a respeito dos outros, e isso não é de nenhuma ajuda.
Use essa energia da observação para uma transformação der seu ser. Isso pode trazer para você tanta bem-aventurança e tanta bênção que você nem mesmo pode sonhar a respeito. Um processo simples, mais uma vez que você comece a usa-lo em você mesmo, ele se torna uma meditação.
Pode fazer meditação a partir de qualquer coisa. Qualquer coisa que leve a você mesmo é meditação. E é imensamente significativo encontrar sua própria meditação, pois nesse próprio encontrar você encontrará imensa alegria. E porque é o seu próprio encontrar, e não algum ritual imposto sobre você, você adorará entrar a fundo nele.
Todos vocês conhecem o observar, então não se trata de aprendê-lo; é uma questão de mudar o objeto de observação; faça isso.
Observe seu corpo e você ficará surpreso. Posso mover minha mão sem consciência e posso movê-la com consciência. Você não perceberá a diferença, mas eu posso sentir a diferença. Quando a movo com consciência, a uma graça e uma beleza nela, uma serenidade e um silêncio. Você pode caminha estando atento a cada passo; isso lhe dará todo o benefício que o caminhar pode lhe dar como exercicio, mas o beneficio de uma meditação simples fantástica.
O templo em Bodhgaya, onde Galtama Buddha se iluminou, foi feito nem memória de duas coisas... uma árvore Bodh, sob a qual ele costumava se sentar. Ao lado da árvore da árvore existem umas pedras pequenas para que se caminhe lentamente sobre elas. Ele meditava sentado, e quamdo sentia que já era o bastante -- um pequeno exercicio era necessário para o corpo -- ele caminhava sobre aquelas pedras. Essa era sua meditação do caminhar.
Quando estive em Bodhgaya, dando um campo de meditação, fui ao templo e vi budistas,lamas do Tibet, do Japão e da China. Todos eles estavam prestando respeito à árvore e não vi nenhum prestando respeito àquelas pedras sobre a quais Buddha caminhou por quilomentros e quilomentros.
Eu disse a eles:
- Isso não está certo, vocês não deveria esquecer destas pedras, elas foram tocadas pelos pés de Galtama Buddha por milhares de vezes. Mas sei porque vocês não estão dando atenção a elas, vocês se esqueceram completam,ente que Buddha enfatizava que vocês deveria observar cada ato de seus corpos: caminhar, sentar, deitar...
Você não deveria deixar passar inconscientemente nem mesmo um único momento. A observação afiará a sua consciência. Essa é sua religião essencial, e tudo o mais é apenas conversa.